Todos têm o poder e a responsabilidade de tornar a sociedade mais inclusiva. Foi isso que os dirigentes sindicais de diversas categorias mostraram nesta terça-feira, 29, ao construírem juntos caminhos que podem fortalecer a luta pela inclusão de pessoas com deficiências no mercado de trabalho.  A construção de ações e olhares mais atento para a questão da inclusão aconteceu no auditório do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), num encontro organizado pelo Espaço da Cidadania e pela ICM (Federação Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira).

Dirigentes sindicais, pessoas com deficiências e militantes pela inclusão somaram forças para decidir juntos estratégias para uma inclusão mais justa e eficiente no local de trabalho

Entre as propostas feitas pelos participantes – maioria sindicalistas – do encontro, estão: incluir cláusulas que estimulem a inclusão nas convenções coletivas, ampliar parcerias entre sindicatos e entidades especializadas no assunto, uma ação de sensibilização nas bases. Bem como investir na capacitação dos dirigentes e equipes sindicais, organizar palestras e eventos sobre o assunto e criar setor especifico para tratar do tema.

Elas serão reunidas e discutidas na próxima sexta-feira, 1º, na Fundacentro, a partir das 9h. A ideia é que o movimento sindical consiga dar sequência as propostas, que para Adir Cirleia Leite, do Sindicato dos Comerciários de São José dos Campos, “podem despertar vontade política em mais sindicalistas brasileiros sobre a questão”.

Para ela, o encontro foi agregador. “Agrega conhecimento, técnica, porque aqui também estamos lidando com pessoas com deficiências e então a gente consegue aprender cada segmento da deficiência e a importância da inclusão no mercado de trabalho”, avaliou Adir.

Fomentar a atuação dos dirigentes sindicais é importante, porque, embora já exista uma legislação nacional que garante direitos e deveres as pessoas com deficiências, muitas delas ainda lutam para que eles sejam respeitados. E foi com este olhar, focado na atuação do movimento sindical, que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) realizou um estudo, que nesta terça foi apresentado para dirigentes sindicais, pessoas com deficiências e militantes pela inclusão.

“Estamos aqui para construirmos caminhos rumo à inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Na OIT eu, representando o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, e o Nilton Freitas, representando a ICM, firmamos um compromisso de repercutir o que foi apresentado em Genebra. O estudo, então, foi traduzido para o português pelo Professor Romeu Sassaki, e agora está acessível para todos”, explicou Carlos Aparício Clemente, diretor do Sindicato e coordenador do Espaço da Cidadania.

Um grupo de metalúrgicos com deficiências fez questão de participar do evento e elogiou o todo o processo de informação e debate. “É ótimo participar de um evento como esta importância e qualidade. Fica claro que os sindicatos se preocupam com melhorias para nós”, disse Renildo Alves da Silva, metalúrgicos da Cinpal, que possui deficiência física.

Por fim, após apresentação sobre registros públicos sobre trabalhadores com deficiência e palestra sobre como entender as pessoas com deficiência visual, o evento se consagra como um importante meio de identificar os caminhos necessários para defender e aprimorar o processo de inclusão das pessoas com deficiência sob a visão dos participantes.