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EDIÇÃO # 32
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INSS dá as costas a mais um metalúrgico, vítima de pente-fino

Por Cristiane Alves | 17 set 2018

Dezesseis internações, amputação de dedos dos pés e uma dor insuportável que não passa nunca. Nada disso foi suficiente para que a perícia do INSS mantivesse a aposentadoria por invalidez de Fernando Anselmo Salomão, mais um companheiro surpreendido pelo corte do benefício.

Fernando está indignado com a perda da aposentadoria por invalidez

Fernando era prensista na Tecnoestamp, mas teve o curso de sua vida completamente transformado pela tromboangeíte obliterante, doença inflamatória que afeta artérias de membros inferiores e superiores. Fernando tinha apenas 21 anos, quando teve o diagnóstico. “Na época, meu filho tinha acabado de nascer. A minha esposa não podia trabalhar porque tinha de cuidar de mim e dele. Entrei em depressão e cheguei a pesar 40 Kg”, conta com a voz embargada.

Nestes 18 anos de convivência com a doença foi afastado por quatro anos e finalmente aposentado por invalidez, em 2005. No entanto, o INSS, mais uma vez, fechou os olhos para as evidências da doença – comprovadas por uma pilha de laudos médicos que o trabalhador carrega consigo – e resolveu suspender o benefício do metalúrgico.

A notícia veio depois de perícia realizada em 1º de outubro de 2017. “A médica pegou o laudo, leu bem rápido e me examinou. Não perguntou nada e falou para ligar dali a uma semana para saber o resultado, na central do INSS”, conta Fernando, repetindo, sem saber, a mesma história vivida por diversos companheiros que têm procurado o Sindicato após serem vítimas do pente-fino indiscriminado realizado pelo órgão, visando cortar “gastos”.

O Sindicato orientou o companheiro a entrar com recurso junto ao INSS e o nosso Jurídico analisa outras medidas possíveis para fazer o direito do trabalhador ser respeitado. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, pelo menos um a cada dez benefícios pagos pelo INSS é resultado de decisão judicial.

Vale a orientação: se você se vir na mesma situação, denuncie ao Sindicato, pessoalmente, na sede/ subsedes ou pelo Whatsapp Sindmetal: (11) 9-6078-0209.