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Manobra de Etna Steel beneficia metalúrgicos

Por Auris Sousa | 24 fev 2017

Os metalúrgicos da Etna Steel, em Osasco, venceram mais uma guerra de braço contra a empresa. Prova disso é que em 16 de fevereiro o MPT (Ministério Público do Trabalho) deu um prazo de cinco dias para o empregador apresentar as dívidas que ele tem com os trabalhadores. O objetivo da exigência é reunir provas da real situação da empresa.

Diretor Gilberto Almazan explica para trabalhadores o resultado da audiência com a empresa no MPT

A audiência foi solicitada ao MPT pela própria empresa. Na Justiça, a Etna Steel é acionada por falta de pagamentos e, agora, tem um pedido de falência. O Ministério Público informou que a situação não está em suas mãos, mas sim da Justiça do Trabalho, que deverá analisar se a empresa tem ou não condições de permanecer no mercado. “Não cabe mediação aqui”, destacou.

Além de exigir uma planilha que conste tudo que a empresa deve aos trabalhadores e demitidos, a procuradora nomeou o Sindicato como conferente do montante da dívida. “O Ministério deixou bem claro que não vai se interferir na questão, isso significa que a decisão da Justiça permanece”, explicou o diretor Gilberto Almazan.

Para os trabalhadores o resultado foi satisfatório. “Ele [patrão] só quis complicar, mas as coisas estão avançando: vitória dos trabalhadores. A manobra dele só está se revertendo a nosso favor”, falou satisfeito.

Para o Ministério Público, a Etna Steel ressaltou que vai entrar com recurso para reverter o pedido de falência. Mas os trabalhadores não acreditam numa recuperação da empresa e querem que seus direitos sejam assegurados. Eles já estão há cinco meses sem receber os salários, o 13º, os abonos de 2015 e 2016, e o deposito do FGTS, em atraso há cerca de três anos, quando a empresa começou a dar sinais de crise financeira. Os companheiros que foram demitidos em 2015 até agora não receberam suas verbas rescisórias.

“A empresa disse que não quer a falência, mas a situação não pode permanecer como está. Nós só queremos receber o que é nosso por direito. Eu acredito que com a nossa força vamos conseguir receber tudo aquilo que é nosso por direito e, então, poderemos encontrar outro emprego e seguir nossa vida”, disse uma companheira.

Enquanto este dia não chega, alguns companheiros têm recorrido ao trabalho informal para sustentar a família. “Estou fazendo um ‘bico’, que tem ajudado a pagar as contas”, contou um trabalhador. Outro disse que está vivendo de doações. “A minha esposa que tem me ajudado a manter a calma. Estamos vivendo com o básico”, explicou um companheiro, que desde novembro só conseguiu fazer um “bico” no valor de R$ 150.

Organização – A luta dos companheiros só tem ganhado força, graças à mobilização e confiança no Sindicato. Em 26 de janeiro, eles fizeram uma forte mobilização, por quase cinco horas, em frente ao Fórum de Osasco. Na semana seguinte conquistaram um parecer da Justiça sobre a situação da empresa. “A mobilização tem que ser fortalecida, para que o melhor para todos, trabalhadores ativos e demitidos, aconteça”, destacou o diretor Gilberto Almazan.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07