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Mobilização contra fechamento de especialidades e prontos socorros ganha força em Taboão da Serra

Por Auris Sousa | 11 fev 2021

Mais uma demonstração de unidade em defesa do SUS (Sistema Único de Saúde) aconteceu nesta quinta-feira, 11. Diretores do Sindicato, usuários do SUS, representantes de movimentos sociais e políticos da região somaram esforços na luta contra o fechamento de especialidades do Hospital Geral do Pirajussara – HGP, em Taboão da Serra, na manhã de hoje. Juntos, seguiram do Jardim Salete para a Rodovia Regis Bittencourt.

Sindicato presente em ato contra o fechamento de especialidades do HGP e dos Prontos Socorros de Itapecerica e Cotia

Com cartazes nas mãos, o grupo chamou atenção da população e por quase uma hora bloqueou as pistas da Rodovia Regis Bittencourt. “A nossa luta é justa. Estamos aqui em defesa da saúde, contra o fechamento de quaisquer equipamentos de saúde.  Nós somos contra o desmonte do SUS”, destaca o diretor Marcelo Mendes.

Este é o terceiro ato que acontece na cidade de Taboão. Eles começaram após a decisão do Governo João Dória de encerrar o atendimento das especialidades de oftalmologia, fisioterapia e dermatologia do HGP. A medida, segundo os pacientes, vai dificultar atendimento dos pacientes e gerar aglomerações nas unidades municipais.

Ato bloqueou a Rodivia Regis Bittencourt para chamar a atenção da população sobre a situação

Pacientes temem ficar sem tratamento

A decisão pegou os pacientes de surpresa que, agora, temem pela descontinuidade do tratamento. Crisleine Alves de Oliveira Souza não tem poupado esforços para que o governo respeite o direito do filho à fisioterapia. Ela participou dos três atos que já aconteceram em Taboão da serra contra o fechamento das especialidades no HGP. Além disso, tem cobrado o tratamento do filho de outras formas, seja marcando presença na porta do Hospital, seja ligando para obter informações e reivindicar seus direitos. Se preciso for, entrará na Justiça.

O nome do combustível de Crisleine é Alex. Com apenas 11 anos, a criança já tem um histórico longo de vindas e idas ao hospital, por conta da paralisia cerebral atáxica. A lesão acomete a região do cerebelo fundamental no desenvolvimento de funções como a coordenação motora e o equilíbrio. Para conseguir andar, já passou por duas cirurgias, sendo a última em setembro de 2020. Em novembro do mesmo ano, iniciou a fisioterapia para auxiliar no resultado final da cirurgia. No HGP conseguiu fazer até dia 4 de fevereiro.

“Ele tem que fazer a fisioterapia até voltar a andar. Pediram para eu procurar o a unidade básica mais próxima da minha casa. Mas não sei como será. A fisioterapia do meu filho é pós cirúrgica. O ideal era fazê-la no HGP, onde tem o prontuário médico dele”, explica Crisleine, que completa: “No momento, meu filho esta sem lugar certo, sem agendamento para fazer o tratamento que, se não for feito no tempo correto, irá prejudicar o resultado da cirurgia”.

Usuários do SUS protestam contra medidas de Dória

Prontos socorros

O ato também foi contra o fechamento dos prontos-socorros de Itapecerica da Serra e Cotia. De acordo com o governo estadual, a restrição de atendimento em alguns hospitais na cidade de São Paulo e outros municípios da região metropolitana, é para agilizar o atendimento de casos graves, tanto de covid-19, como de outras doenças. Com isso, os pacientes só poderão procurar atendimentos nas unidades municipais e nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento).

Recentemente, Valeria Vieira acompanhou a sua mãe, de 70 anos, no SER (Serviço Especializado de Reabilitação), após encaminhamento médico. A mãe da companheira tem Alzheimer e estava se queixando de dores nas pernas. Ao ser atendida, o médico explicou que elas deveriam procurar um neurologista para prosseguir com o tratamento adequado para a doença.

“O médico explicou que nem sempre as queixas por dores de pacientes com Alzheimer é real. Por isso a necessidade de um acompanhamento com o neuro. De qualquer forma, ele disse se fosse para fazer fisioterapia, que, devido a pandemia não ia expor ela, porque a procura lá está sendo muito grande devido ao fechamento desta especialidade nos outros hospitais. Ele nem sabe quando ela ia conseguir passar, se tivesse que entrar na lista”, explicou ela, que teme que a mãe tenha que, realmente, passar por este tratamento.

Veja algumas imagens do ato desta quinta

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07