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Trabalhador perde parte da mão em acidente; Isocab sofre interdição e autuação

Por Auris Sousa | 17 nov 2021

“Socorro, socorro, socorro”. O pedido não sai da cabeça do companheiro Antonio Cesar, que sofreu acidente de trabalho na Isocab e teve que reaprender a conviver sem parte da sua mão esquerda. Para ele, que é canhoto, as atividades do dia a dia se tornaram muito mais difíceis de serem realizadas.

Daquele 16 de abril, dia do acidente, além do pedido de socorro, o companheiro lembra da dor e do medo que sentiu no momento em que sua mão ficou presa num cilindro. “Na hora, sinceramente, eu pensei no pior, se ninguém tivesse chegado na hora, com certeza meu braço tinha ido. Fiquei com muito medo do meu braço ter ido embora”, conta ele que passou por duas cirurgias e, no momento, está afastado do trabalho.

Antonio Cesar perdeu parte da mão esquerda em acidente na Isocab

“A ficha ainda não caiu. Agora que eu estou saindo de casa, recebendo as pessoas. Mas ainda tenho vergonha, coloco um pano na mão para as pessoas não a verem”, confessa ele que ainda não consegue fazer planos.

Fiscalização na Isocab

Assim que tomou conhecimento do acidente, em 27 de abril, o Sindicato solicitou ao Ministério do Trabalho fiscalização com urgência. Apesar disso, ela só aconteceu quase três meses depois, em 15 de julho.

Pedido de socorro é a primeira coisa que vem a cabeça de Antônio Cesar

O relatório da fiscalização mostra que a Calandra que Antônio Cesar operava estava sem sistema de proteção, antes e depois do acidente. Isso vai contra o relato da empresa que transferiu a responsabilidade do acidente ao trabalhador. Outras irregularidades foram percebidas em outras áreas da empresa, as quais levaram o auditor fiscal a interditar a calandra em que o companheiro foi acidentado, uma caldeira e uma extrusora que apresentavam riscos aos trabalhadores.

“Cada acidente de trabalho, além de custo econômico, oferece um custo social que para muitos é irrecuperável. Os danos à saúde física e mental demoram a serem recuperadas e, infelizmente, não se recuperam em muitos casos. Por isso temos que exigir prevenção no local de trabalho”, afirma o secretário-geral do Sindicato, João Batista.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #05