A imprensa diz que esta é uma semana decisiva para o governo Dilma, especialmente, devido a decisão do PMDB de sair do governo e também em relação a evolução do processo de impeachment na comissão especial. Por conta de toda a pressão midiática, a ideia de que um governo do PMDB, encabeçado por Michel Temer parece, para muitos, a solução para todos os nossos problemas. Não é.

Na verdade, é o começo do fim de uma era de avanços para a classe trabalhadora. E para dizer isso temos como base o documento “Uma ponte para o futuro”, em que o PMDB coloca as bases de seu projeto para o Brasil. Nela vemos o retrocesso, por exemplo, em relação a toda a legislação trabalhista. Basta ler o seguinte trecho: “na área trabalhista, permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais, salvo quanto aos direitos básicos”. É a prevalência do negociado sobre o legislado, que rasga a CLT.

Mas, não para por aí. O documento defende o “alinhamento” de todas as normas brasileiras aos “modernos” padrões internacionais. Tais padrões internacionais incluem a terceirização das atividades fins, tão usada em países como Estados Unidos e Inglaterra, que são vistos como grandes exemplos de sucesso pela elite nacional, mas nos quais os trabalhadores têm infinitamente menos garantias que os brasileiros.

Além disso, o projeto do PMDB é colocar fim a política de valorização do salário mínimo e também ao reajuste dos aposentados com base na correção do salário mínimo. Para eles, isso é dar privilegio aos aposentados.

Esses são alguns exemplos para mostrar que o que pode vir por aí é um massacre sobre nossos direitos. É por isso que nesta quinta-feira, 31, vamos à Praça da Sé para nos manifestar contra o golpe que representa esse e, acima de tudo, é um golpe contra nós, contra nossos direitos, que se anuncia.