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Jorge Nazareno
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O perigoso canto das sereias contra os trabalhadores

Por Jorge Nazareno - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região 12 ago 2014

Na mitologia grega, o canto das sereias já fez muita embarcação naufragar. Não é algo muito diferente o que a CNI (Confederação Nacional da Indústria) busca com os 42 estudos e recomendações entregues aos candidatos à Presidência, em 30 de julho.

Um dos pressupostos é defender a “competividade” da indústria nacional. Declaram que “a modernização e desburocratização das relações do trabalho são fundamentais para o estímulo à competividade das empresas, para o aumento da produtividade e o crescimento, com equilíbrio social”.

À primeira vista, falar em “modernização” e em “desburocratização”, parece bom. Realmente, precisamos modernizar a forma como muitos empresários veem as relações trabalhistas. Mas, certamente, não é a flexibilização de direitos que vai nos permitir chegar a esse patamar.

O caminho é o diálogo, entre trabalhadores, governo e empresários, nos fóruns tripartites. Mas não é esse o caminho dos empresários. Vimos a CNI vir à imprensa recentemente manifestar suas propostas, sem em nenhum momento colocar o trabalhador como parte na discussão. Não vamos admitir esse retrocesso.

Precisamos dialogar em favor de uma agenda a favor do Brasil. Alguns pontos chaves dessa agenda são: 1) um “Estado necessário”; 2) as políticas de investimento em Educação, contemplando o Enem, Pro Uni, educação técnica e tecnológica; 3) a ratificação da Convenção 158, que trata da garantia do Emprego; 4) Reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais, acabar com o fator previdenciário e instituir a organização no local de trabalho; 5) fazer a reforma política.

Um futuro melhor para o Brasil deverá seguir através do exercício cotidiano da participação social.

Jorge Nazareno
Presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Osasco e Região
[email protected]

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07