Em seu discurso ao assumir interinamente a Presidência, Michel Temer propôs uma mudança de visão sobre a realidade do país:  “Não vamos falar em crise, vamos trabalhar”. É como se, dessa forma, o presidente dissesse: o que nos falta é trabalhar pelo nosso país.

Para nós, trabalhadores, que madrugamos nas empresas para dar duro e, assim, garantirmos o sustento de nossa família, a crise não é uma ficção. O desemprego e o fechamento de empresas fazem parte de uma realidade concreta, que dói no estômago.

Assim como também é concreto o fato de que muito da crise econômica ser resultado de um imobilismo no Congresso Nacional, que procurou sangrar o governo Dilma Rousseff até chegarmos no afastamento temporário da presidenta legitimamente eleita.

Justamente para que os arquitetos da destruição pudessem tomar o poder, e, ainda, sob o lema “Ordem e Progresso”, que, nos primeiros discursos já deixa claro que o tal progresso mexe em nossos direitos, como é o caso da Previdência.

É bem verdade também que a ideia de Ordem, para muitos, não pressupõe o debate e a livre manifestação. Aí encontramos a ligação entre o “não falar em crise”, só trabalhar, até porque a alienação é sempre conveniente para aqueles que querem se manter no poder.

A tudo isso a nossa resposta é uma: organização e luta. Avançamos muito nos últimos anos e vamos defender todas as conquistas, todos os avanços. O desenvolvimento com Justiça social, vai além de um pensamento otimista e positivo, como Temer quer nos fazer crer.