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Jorge Nazareno
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Precarização gera falsa economia para governo

Por Jorge Nazareno - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região 19 jun 2018

Economia às custas dos direitos dos trabalhadores e dos cofres da Previdência Social. É isso o que a reforma trabalhista tem proporcionado. De acordo com levantamento do jornal Valor, de segunda-feira, 18, o governo já economizou mais de R$ 400 milhões, nos primeiros seis meses de vigência da reforma trabalhista, graças aos acordos de rescisão contratual diretamente negociados entre patrões e trabalhadores. Mas é uma falsa economia, já que impacta nos cofres da Previdência Social, aquela que o governo diz que está quebrada.

Nesse tipo de acordo, a multa do FGTS e o aviso prévio são divididos pela metade. E não pense que quem recorre a esse tipo de “negociação” ganha muito: o salário médio é de R$ 2.100,22 para os que saem com um acordo e de R$ 1.653,89 para os que não fizeram acordos. A média de tempo de serviço é de 44,7 meses. Já entre os demais, a média é de 23,25 meses.

Ou seja, o trabalhador perde direitos na hora da rescisão e também nas possibilidades de contar com a Previdência, que é corroída pela nova lei que só beneficia os empresários. Essa é a “modernidade” da nova legislação. Não podemos cair nessa “estória”. O trabalhador merece e tem o direito de receber seus direitos. Não podemos jogar fora as conquistas de anos de luta por um acordo que num primeiro momento possa parecer bom – porque, muitas vezes, resolve o problema financeiro do trabalhador e/ ou sua insatisfação com o emprego.

Acordo bom é aquele que preserva e zela pelos seus direitos. E, para ser bom mesmo, é negociado pelo seu Sindicato, que tem o amparo legal e o conhecimento necessário para impedir que você, companheiro, caia em cilada. Quem ganha é o patrão e o governo, você só perde.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07