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Jorge Nazareno
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Reforma não vai acabar com privilégios

Por Jorge Nazareno - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região 01 dez 2017

A resistência que conseguimos organizar no início deste ano foi fundamental para que o governo não acelerasse o processo de votação da reforma da Previdência. Com a série de manifestações, incluindo a Marcha a Brasília, deixamos claro o poder de resistência dos trabalhadores, o que também ecoou e influenciou a opinião pública, pressionando os parlamentares.

Mesmo assim, o governo Temer quer fechar o ano aprovando essa reforma. Agora, aposta numa campanha publicitária cujo principal argumento é “acabar com privilégios”. De quem? Se aposentadorias de militares, por exemplo, vão ficar de fora. Pretende endurecer regras para servidores e amenizar algumas mudanças para trabalhadores do setor privado. Assim, aposta também na divisão da classe trabalhadora, já que muitos podem acreditar: agora melhorou para mim, que não sou servidor, então deixa essa reforma caminhar.

Não é bem assim, companheiro e companheira. Mesmo com todas as alterações que a imprensa e o governo estão divulgando, permanece a essência: estabelecimento de idade mínima (65 para homens e 62 para mulheres), elevação para 40 anos do tempo de contribuição necessário para que o trabalhador receba 100% do quê tem direito. Se contribuir por 15 anos, vai receber só 60% da média de suas contribuições. A reforma da Previdência só cria obstáculos a aposentadoria, achata a renda dos aposentados e não elimina privilégios.

Por isso, as centrais sindicais convocam para o próximo dia 5 uma greve geral, às vésperas da provável data de votação do projeto. Vamos ter de fazer uma forte greve. O Sindicato vai buscar mobilizar o máximo de fábricas, mas a categoria também deve se organizar para parar. O futuro da nossa aposentadoria depende da força da nossa luta.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07