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Clemente Ganz
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Salário Mínimo precisa ser valorizado

Por Clemente Ganz - Diretor técnico do Dieese 24 jan 2018

Ampla movimentação das Centrais Sindicais e sindicatos, a partir de 2004, deu origem à política de valorização do SM (salário mínimo).

Os critérios definidos foram o repasse da inflação do período entre as correções, o aumento real pela variação do PIB (Produto Interno Bruto), além da antecipação da data-base de revisão anualmente, até ser fixada em janeiro, o que ocorreu em 2010.

Com a política, o aumento real adicionou cerca de R$ 5.400,00 à renda anual, elevando-a para R$ 12.400,00. Sem isso, seria de cerca de R$ 7.000,00.

A correção aplicada ao SM em janeiro de 2018, no entanto, desobedeceu a política ao não aplicar a inflação de 2,07%, de 2007, mas a estimativa de inflação do governo, de 1,81% O valor do mínimo ficou em R$ 954,00. Situação parecida já tinha ocorrido em janeiro de 2017, quando a correção sobre o SM foi 0,10% inferior à inflação.

Nesse período, então, há prejuízo de 0,35%. O mínimo seria de R$ 958, se a regra tivesse sido aplicada corretamente. Faltam, portanto, R$ 4,00 no salário mínimo, o que representa R$ 52,00 por ano para cada trabalhador. Por mais que individualmente o valor seja pequeno, o dinheiro pertence aos trabalhadores e, para a economia do país, é um montante importante. Sem essa reposição, depois de mais de uma década, o salário mínimo volta a apresentar perda.

CLEMENTE GANZ LÚCIO
Sociólogo, diretor técnico do Dieese
e membro do CDES (Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social).

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07