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Nasce o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

Por Felipe | 04 jul 2018

Brasil, Osasco, SP. 18/07/1968. Casa sede do Sindicato dos Metalurgicos de Osasco.

Foto: Arquivo/AE

Pasta: 51398 – Arquivo Estadão

Antecedentes

Osasco se tornou um polo industrial e viveu uma explosão demográfica na esteira do esforço nacional de industrialização instituído pelos presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, nas décadas de 1930, 1940 e 1950. O crescimento do contingente de metalúrgicos na região fortaleceu a entidade então representativa da categoria: o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, fundado em 27 de dezembro de 1932.

Segundo dados da Câmara Municipal de Osasco, entre 1940 e 1960 mais de vinte indústrias se instalaram na região, o que levou a uma explosão demográfica. O investimento em infraestrutura, entretanto, não acompanhava o crescimento daquele bairro da periferia da capital. Por causa disso, a partir de 1952, iniciou-se uma luta pela emancipação que projetou o Movimento dos Autonomistas, oficializado em 13 de dezembro de 1957.

A primeira eleição do município de Osasco, marcada para o dia 7 de janeiro de 1962, ocorreu depois de demorados processos na Assembleia Legislativa e no Supremo Tribunal Federal. O primeiro prefeito, o professor Hirant Sanazar, integrante do Movimento dos Autonomistas, tomou posse, no dia 19 de fevereiro de 1962. Naquela data a região, contornada pelas marginais dos rios Pinheiros e Tietê, que abrange 67 quilômetros quadrados de área, cortada por rodovias, grandes avenidas e ramais ferroviários e hidroviários, limítrofe com a capital paulista a norte, leste e sul, Taboão da Serra a sul, Cotia a sudoeste, Carapicuíba e Barueri a oeste e Santana de Parnaíba a noroeste, tornou-se, enfim, a cidade de Osasco.

Os primeiros anos do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco

Entre os metalúrgicos, o protagonismo osasquense e a organização daqueles trabalhadores alimentava a ideia de emancipação.

O primeiro passo neste sentido foi a criação da Associação dos Trabalhadores Metalúrgicos, Mecânicos e de Material Elétrico de Osasco, durante o 3º Congresso dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de São Paulo, em 1963, na cidade de Piracicaba.

Com a obtenção da Carta Sindical, em 23 de julho de 1963, foi fundado o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Osasco.

A primeira diretoria foi eleita em 13 de setembro de 1963. Conrado Del Papa, representante da subsede de Osasco no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, protagonizou este processo, tornando-se o primeiro presidente do Sindicato. Além dele a diretoria também contava com Roberto de Oliveira, vice-presidente; Lino F. dos Santos, secretário geral; Fortunato Facchini, primeiro tesoureiro; e Manoel Dias do Nascimento, segundo tesoureiro.

Esta gestão durou 6 meses e 17 dias. Nesse período ocorreu a Campanha Salarial de novembro de 1963, marcada pela “Greve dos 700 mil”, na qual os metalúrgicos de Osasco se juntaram aos trabalhadores de cerca de 40 municípios do Estado para reivindicar melhores condições de trabalho.

Em 31 de março de 1964 o Sindicato sofreu o duro golpe militar. Toda a direção foi cassada. Conrado Del Papa foi preso no dia 8 de abril de 1964, mesmo dia em que o interventor Luiz Camargo, assumiu seu lugar.

Em 1965, sob a vigilância dos militares, ocorreram eleições. Para contornar aquela situação Del Papa indicou um presidente com perfil moderado: o metalúrgico Henos Amorina.

Paralelamente ganhava força o Grupo de Esquerda de Osasco, criado em 1966, como um polo resistência à ditadura. O Grupo investiu na organização dos trabalhadores a partir das fábricas e influenciou a formação da Chapa Verde, de oposição, para disputar a eleição no Sindicato. Encabeçada pelo jovem José Ibrahin, as propostas da Chapa Verde eram radicais e ousadas. Eleita em 1967, aquela diretoria foi a mais radical desde 1963. Foi um momento de muita discussão e debates políticos. Debates que chegavam a reunir trezentas pessoas no Sindicato.

 

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #04