Além das consequências na saúde pública, o impacto socioeconômico da pandemia da Covid-19 tem sido avassalador e é sentido por muitas famílias, que em meio ao desemprego, não têm condições de levar comida para casa. E é em tempos como este que o coletivo e o cuidado com o próximo precisam ser reforçados.

Pensando nisso, no poder da solidariedade e do cooperativismo, lançamos a campanha “Metalúrgicos contra a Fome”, que tem o objetivo de levar alimento para quem tanto precisa. Convidamos você, companheiro, companheira, empregador, dirigente sindical, a fazer parte desta rede de apoio. Contudo, reforçamos que ações como esta não podem e não devem tomar o lugar do poder público. Nenhuma ação solidária substitui uma política pública. A luta contra a fome passa por políticas de distribuição de renda, como o auxílio emergencial, que devem chegar a quem precisa. 

Segundo o IBGE, o Brasil tem mais de 13 milhões de pessoas na extrema pobreza, aquelas que, de acordo com o Banco Mundial, vivem com até R$ 151 por mês. E quase 52 milhões na pobreza – com renda de até R$ 436 por mês. Enquanto isso, o número de bilionários cresce no país e contrasta com o avanço da fome e com um governo que

se recusa a implementar um auxílio emergencial de R$ 600.

A revista Forbes divulgou, no início de abril, que o número de bilionários no Brasil saltou 44% – de 45, em 2020, para 65, em 2021. Juntos, eles detêm 219,1 bilhões de dólares, aproximadamente R$ 1,2 trilhão – quase o PIB do país. No período pandêmico, essa riqueza quase dobrou; eram 127,1 bilhões de dólares no ano passado. A subida

foi de 71%.

Fica evidente que precisamos mudar os rumos do nosso Brasil, em que bilionários ficam mais ricos enquanto a fome aumenta. Até lá, vamos juntos fortalecer a campanha “Metalúrgicos contra a Fome” e ajudar muitas pessoas que estão precisando de apoio.