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Etelvina Guimarães
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Uma abolição inacabada

Por Etelvina Guimarães - Diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região 13 maio 2021

Temos quase nada a celebrar nestes 133 anos de abolição da escravatura, mas muito para refletir e lutar. Diversos dados estatísticos e estudos comprovam o abandono da população negra, que tem menos acesso a saúde, moradia e ao trabalho decente. O que vivemos é uma abolição inacabada.  

É muito simbólico a primeira brasileira a morrer de covid-19 ter sido uma mulher negra, empregada doméstica, contaminada no seu local de trabalho. Nós, mulheres, somos as mais afetadas pelas condições impostas pela pandemia. Se não enfrentamos o vírus, se não encaramos a informalidade, enfrentamos o desemprego e a fome.

Todos os negros, mas principalmente as mulheres, são negligenciados por uma sociedade patriarcal, racista, machista e discriminatória que forma instituições, preconceituosas. Exemplo recente é a chacina em Jacarezinho, Rio de Janeiro, que, até o momento, acabou com a vida de 29 jovens, maioria negros. É o estado dando aval, para o extermínio, não que ele já não aconteça de outras formas, por meio da violência doméstica, fome, entre outras.

É necessário ter um momento de reflexão para analisarmos o futuro que queremos. Ano que vem tem eleição, precisamos eleger nossos representantes de fato. Só haverá democracia, se realmente os negros forem tratados de forma igualitária. Para isso, a representação na política é urgente. Pense, e vamos juntos fortalecer a luta por justiça e igualdade para todas e todos.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #04